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Ruído branco para manequins em frente ao mar

No antropoceno estamos diante de tanta brutalidade na reprodução plástica do ser-humano.

Cada manequim ou parte dele dura no planeta um tempo insuportável para a sobrevivência e a existência humana. Nós seres humanos temos nosso tempo definido. O nosso fim é a nossa morte. O plástico resiste à nossa morte, o plástico atravessa gerações; na beira da praia, afundados na areia… náufragos da sua própria condição material. O ruído branco, contendo todas as frequências possíveis no remexer das águas do mar amenizam a questão. Mas trazem outra que é a extensão dos danos. O ruído branco já se mistura com o ruído dos carros. O ruído das obras. Os manequins fazem o caminho de casa até o mar, mostrando a extensão e continuidade do problema. Descem com suas roupas alinhadas do alto dos grandes prédios à beira mar e adentram o aterro. O lugar onde deveria existir o mar o ser humano aterrou e nomeou como tal. Afastou o mar para poder ter mais terra e construir mais estradas e prédios e especular sobre. Vender a vista para a natureza depredada.

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